Neste e nos próximos artigos, vou estar falando com vocês sobre um assunto de extrema importância: o diálogo. A boa comunicação é, ao meu ver, um dos pilares mais importantes da educação dos filhos. Os pais que conseguem estabelecer uma relação de troca e diálogo com os filhos, não precisam lançar mão de tantos castigos, ou outros métodos de disciplina e conseguem se tornar referências fortes para os filhos. É nossa referência que vamos procurar quando precisamos de uma ajuda, de uma orientação, ou simplesmente desabafar. É em nossa referência que confiamos e é ela que temos como modelo. E se não formos a referência de nosso filhos, eles irão procurar referências lá fora ou na mídia, o que nem sempre é positivo.
Mas claro, chegar a ponto de ter uma boa comunicação com as crianças é muito difícil e exige tanto auto-controle dos sentimentos por parte dos pais (principalmente da raiva), quanto um conhecimento de como conseguir uma comunicação saudável com os filhos.
A maior parte dos pais tenta das mais variadas formas, sempre com boas intenções, mas acabam conseguindo o oposto: um distanciamento cada vez maior. Mas porque? Por que utilizam estratégias erradas pra isso. Quando queremos iniciar uma conversa com os filhos ou quando eles vêm a nós com algum problema, NÃO PODEMOS:
1) Fazer uma pergunta atrás da outra na forma de interrogatório;
2) Dar sermão ou lição de moral;
3) Dar conselhos com a visão adulta da coisa;
4) Mostrar pena deles (que é diferente de dar apoio e suporte!).
Nos artigos seguintes (“Como criar o diálogo” e “Mãe, fiz arte!”) vamos saber por que devemos evitar tais coisas e vamos aprender quais as formas mais eficazes de se iniciar uma conversa, de ajudá-los quando eles têm um problema, de criar discussões saudáveis sobre temas importantes, etc.
*Patricia Jacob é psicóloga clínica formada pela USP-SP.