Por Patricia Jacob*
Você tem mais do que uma criança em casa? Então perca as esperanças de ter um lar tranquilo e silencioso… Crianças que vivem sob o mesmo teto inevitavelmente irão brigar, discutir, disputar, irritarem-se, arranharem-se. Aonde tem irmãos, tem “quebra-pau“. Isso é absolutamente normal e saudável, pois irmãos que brigam na infância, são os que se tornam mais companheiros na vida adulta. Através das brigas eles estão aprendendo a se relacionar…
No entanto, apesar desse tipo de comportamento ser esperado, sempre deveriam existir mais sentimentos positivos do que negativos entre os irmãos. Se os negativos superarem, provavelmente precisarão da ajuda de um profissional para entender o que pode estar acontecendo. Mas normalmente, se os pais seguirem as dicas abaixo, as brigas já diminuem bastante:
* O desejo de ter a atenção completa dos pais é a razão número um para as brigas. Se as crianças estão brigando pela atenção de um dos pais, a melhor coisa a fazer é retirar-se. Fique fora do caminho e não se envolva, nem quando for solicitado. Assim, em pouco tempo eles vão encontrar algo melhor pra fazer.
* Algumas vezes brigam simplesmente porque precisam brigar. Nas brigas eles expressam a raiva, o ciúme, a inveja, o medo de perder o seu lugar, ou seja, sentimentos comuns entre irmãos e que precisam ser “botados pra fora“ para que mais tarde não se transformem em sentimentos verdadeiramente hostis. Quando for solicitado a resolver a situação, simplesmente dizer: “Não posso resolver isso por vocês“.
* As crianças também brigam por puro tédio. Quando você perceber que estão brigando por nada, provavelmente é porque estão entediados. Desligue a TV e dê-lhes alguma atividade.
O que fazer?
Não julgue e nunca tome partido. Também não adianta ficar separando os irmãos o dia todo. Mas isso não significa ficar totalmente alheio à situação: depois da briga é importante escutar os por quês, as reclamações, as “dedurações“, o choro e cuidar das marcas das dentadas. Não precisa dizer nada, apenas escute e fique junto deles.
*Patricia Jacob é psicóloga clínica formada pela USP-SP