Por Patricia Jacob*
Você já perceberam como a maioria dos pais tem a “mania” de ter reações extremadas com seus filhos em situações que alguém “de fora” -um tio ou amigo- não achariam tão grave (situação parecida nós, mulheres, vivemos quando achamos engraçadíssimo o marido da vizinha alcoolizado fazendo gracinha, mas quando é o nosso, achamos ri-dí-cu-lo e queremos nos afundar debaixo da mesa de tanta vergonha… já viveram isso??). Já até ouvi de uma pessoa (que não tinha filhos, é claro): “não entendo como alguns pais conseguem ficar tão histéricos quando seus filhos fazem qualquer bobagenzinha sem sentido”. Então vamos tentar entender…
As reações extremadas variam em frequência e intensidade de acordo com a pessoa, é claro, mas não há um pai ou mãe que podem negar terem exagerado uma vez ou outra quando seus filhos cometeram algum erro. Costumo perceber duas razões para isso:
1) Tudo o que um filho faz tende a transformar-se de extrema importância para os pais. Muitas vezes vemos nossos filhos fazendo algo e ao invés de pensarmos, “É só uma reação normal para uma criança de 4, 7 ou 12 anos”, nós projetamos o pensamento para o futuro e pensamos, “Ai, meu filho vai fazer isso ou ser assim pra sempre!”. Então nos desesperamos. E aí vem a reação exagerada… Temos que conhecer mais o que é normal e esperado para cada fase de nossos filhos para não cometermos esse erro.
2) Os pais tendem a ver os erros de seus filhos como falhas ou como se estivessem fazendo de propósito. Temos que entender que crianças não são mini-adultos agindo de forma infantilizada; elas são crianças inexperientes que ainda estão no processo de aprendizagem de como viver, do que é esperado delas e de como se comportar no mundo. Além disso, quando uma criança comete um erro e os pais corrigem, não significa que irão aprender na primeira vez. Quantas coisas você já aprendeu com uma lição somente? Erros fazem parte do experimentar e aprender com a vida. Temos que ensinar, corrigir, mas ter paciêcia com eles (eu sei… “é fácil falar, difícil fazer”, mas devemos ao menos tentar, não é?).
Boa sorte então…!
*Patricia Jacob é psicóloga clínica formada pela USP-SP.